Revestimento leva a uma redução de até 60% do consumo de energia elétrica
Em mais um esforço que pode ajudar a conter o avanço do aquecimento global, a Agência Espacial Norte-Americana, Nasa, desenvolveu uma tinta à base de água e microesferas ocas de vidro capaz de reduzir a temperatura e o consumo de energia dentro das residências. A tinta térmica é uma solução de custo relativamente baixo utilizada nas obras de isolamento térmico.
Os telhados revestidos com o material reduzem em até 60% o consumo de energia elétrica utilizada para refrigerar casas, prédios, indústrias e estabelecimentos comerciais. Ou seja, ambientes fechados comuns das cidades, mas que, com a pintura, não precisaram contar com os aparelhos de ar-condicionado.
O projeto foi inicialmente desenvolvido para ser aplicado em aeronaves espaciais, navios e tubulações, a fim de diminuir o calor dentro dessas estruturas. No entanto, cientistas perceberam que essa poderia ser uma alternativa barata e eficiente para ser comercializada de uma maneira geral. Desde o ano passado, a tinta tem ficado cada vez mais popular.
A solução passou a ser comercializada em lojas de construção nos Estados Unidos e rapidamente se popularizou, já que a tinta térmica é mais barata e sustentável do que a espuma de poliuretano, material derivado do petróleo usado na maior parte das obras de isolamento térmico.
O produto já está à venda no Brasil. No site da WC Isolamento Térmico, localizada em São Bernardo do Campo, em São Paulo, o diretor Walter Crivelente Ferreira garante a eficiência do produto. “Se o local for bem ventilado, a sensação térmica no ambiente interno se torna agradável, sem precisar de ar-condicionado”, afirma.
Aplicação. O material pode ser aplicado em qualquer superfície, mas o efeito é intensificado quando é utilizado para revestir os telhados das construções, já que a parte superior recebe maior incidência dos raios solares.
Segundo o site do produto no Brasil, a tinta reduz os custos de manutenção dos telhados com a eliminação do choque térmico (aquecimento, que leva à dilatação, e esfriamento, que leva à contratação). Além disso, por ser uma tinta acrílica elastomérica, não trinca, não envelhece com o tempo, não descasca e não perde suas propriedades.
Além disso, por ser isolante térmica, a tinta colabora para o conforto não somente durante o dia. Em noites frias, o produto evita a condensação interna, principalmente em coberturas metálicas.
Microesferas
- As microesferas são células a vácuo, que não permitem a propagação de temperatura e som. O produto é mais sustentável do que a espuma de poliuretano (derivado de petróleo), opção usada no mercado brasileiro em obras de revestimento e isolamento térmico.
- A tinta térmica também diminui até 84% da radiação no telhado e entre 10% a 15% da temperatura por telha.
- O poliuretano é um material nobre, mas caro. Custa 50% mais que a tinta térmica, segundo o fornecedor no Brasil.
Duração
Típica. O efeito térmico da tinta desenvolvida pela Nasa dura cerca de cinco anos, segundo o fabricante. Além disso, a aplicação do produto pode ser feita pelos próprios proprietários.
Projeto dos telhados brancos
Uma medida cada vez mais popular para amenizar o impacto ambiental provocado pela expansão dos grandes centros urbanos é transformar os telhados das casas e dos edifícios em áreas verdes, plantando sobre esse espaço normalmente não utilizado e produzindo assim oxigênio, alimento e ainda filtrando poluição.
Há uma nova sugestão, porém, muito mais barata, simples e rápida, que pode também colocar nossos telhados ecologicamente corretos ao alcance da mão – com um rolo e uma lata de tinta: em vez de tornar os telhados verdes, pintá-los de branco.
O movimento se chama The White Roof Project, ou O Projeto Telhado Branco. Enquanto os telhados comumente escuros dos edifícios absorvem os raios de sol, elevando assim a temperatura interna e exigindo um consumo de energia muito maior para sua climatização, um telhado branco reflete os raios solares quase que absolutamente.
Com isso, a temperatura na parte de dentro dos edifícios e das casas pode ser reduzida de 30% a 70% – além de potencialmente diminuir em um grau a temperatura do planeta.
Os benefícios são consideráveis: ao diminuir o uso do ar-condicionado, estaremos não só consumindo menos energia como reduzindo a emissão de gás carbônico na atmosfera – e combatendo as ilhas de calor que se formam nas grandes cidades e que elevam em até 5ºC a temperatura desses conglomerados urbanos.
Diversas cidades do mundo já aderiram ao movimento – que se tornou lei em Nova York, nos EUA.
