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Projeto para ter uma casa conectada custa a partir de R$ 6.000

Já há 20 bilhões de dispositivos conectados no mundo

sala de uma casa

Por comando de voz. é posssível controlar toda residência, mostrar de previsão do tempo até receitas, passando pelas câmeras da casa

No quarto, a cama aquece seus pés nas noites frias. Na hora do banho, sua temperatura predileta está memorizada no chuveiro. E perder as chaves nunca mais, já que a fechadura tem um leitor biométrico, bastando encostar o dedo indicador. Com o avanço do desenvolvimento de produtos inteligentes para residências, viver em uma casa no estilo do desenho “Os Jetsons” é algo cada vez mais próximo da realidade – pelo menos para quem tem dinheiro de sobra para investir. Segundo a Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside), um projeto de automatização residencial básico custa, hoje, a partir de R$ 6.000.

A Schneider Electric, empresa global especialista em gestão de energia e automação, ressalta que as possibilidades são infinitas. Já há 20 bilhões de dispositivos conectados em todo o mundo e, daqui a três anos, serão 50 bilhões. São sistemas que permitem controlar, por celular, tablet ou voz, desde iluminação, climatização e segurança até TV e som da casa.

Assim, seria possível programar remotamente, pelo smartphone, o ar-condicionado, para que ligue e desligue em determinados horários; mexer na iluminação, para tornar o ambiente mais adequado a uma festa, por exemplo; e as cortinas do quarto, para abrirem no horário escolhido.

Na maior feira de produtos tecnológicos do mundo, a CES, que ocorre anualmente em Las Vegas, foram apresentados neste ano itens ainda mais sofisticados, como geladeiras com tela de toque que avisam quando o prazo de validade de um alimento está prestes a vencer, lixeiras que abrem e fecham com comando de voz e robôs que dobram as roupas.

“É uma tecnologia que não é acessível para toda a população de imediato. Mas a casa conectada está evoluindo. Não preciso conectar minha casa toda de uma vez. Posso ir progressivamente, de acordo com interesses, necessidades e poder aquisitivo”, explica Tania Consentino, presidente da Schneider para a América do Sul.

Segundo Tania, além do poder aquisitivo, pesam especificidades locais do clima. “Existem países na Europa onde não se constrói uma casa sem um mínimo de inteligência, pois é questão de sobrevivência. Em países onde a temperatura média é muito baixa, há a necessidade de um sistema de calefação e não pode faltar água quente circulando nos encanamentos, para a água não congelar”.

De acordo com Penyamin Bedel, um dos diretores da Schneider, as soluções residenciais são 10% do negócio da empresa. Os dois últimos lançamentos na área – uma lâmpada que pode ter cor e intensidade controladas pelo celular e uma luminária que vem com um aromatizador de ambientes – saem por  58 e  67, respectivamente, algo em torno de R$ 200 cada, conta Bedel. Esses dois produtos devem chegar ao Brasil dentro de um ano e meio.

Apenas 0,5% das casas brasileiras, cerca de 300 mil, têm algum tipo de automação, contra média de 18% na Europa e nos Estados Unidos. Os três sistemas mais requisitados pelos brasileiros são controle de iluminação, de home theater e som ambiente, e câmeras de segurança. O maior potencial de crescimento, diz Tania Consentino, vem dos jovens.

Segundo o engenheiro elétrico José Roberto Muratori, da Aureside, um projeto no Brasil sai a partir de R$ 6.000 – em um imóvel de 70 m², com controle por tablet ou celular de quatro aparelhos de áudio e vídeo, dois condicionadores de ar e sistema de iluminação. Há ainda sistemas de irrigação de jardim que funcionam de acordo com o tempo (se chove ou não, nível da umidade do solo); luzes que acendem e se apagam de acordo com a claridade vinda de fora; cortinas que se fecham quando os raios do sol estão batendo diretamente sobre os móveis para evitar que rachem ou desbotem.

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